Marmita de Papin

A Marmita de Papin é um aparelho inventado pelo físico francês Denis Papin, em 1679 (Silva, s/d), antecessor do autoclave e da panela de pressão.

Autoclave – aparelho utilizado para esterilizar materiais e artigos médico-hospitalares por meio do calor húmido sob pressão. A autoclavagem é muito utilizada nos serviços de saúde para esterilização de material contaminado (previamente lavado e embalado), colocado de forma a fazê-lo entrar em contato com o vapor de água a alta temperatura e pressão por um tempo determinado.

A Marmita de Papin é um aparelho inventado pelo físico francês Denis Papin, em1679 (Silva, s/d), antecessor do autoclave e da panela de pressão.

Papin nasceu em Blois em 1647 e faleceu em 1712, estudou Física e Medicina em Paris, inventou a “Marmita de Papin”, vasilha que antecedeu a panela de pressão e o autoclave. Em 1680, foi admitido na Royal Society de Londres. Publicou inúmeros trabalhos de natureza científica, mas o seu nome tornou-se célebre por ter sido o primeiro a reconhecer a força elástica do vapor de água que aplicou na “Marmita de Papin”.

A história deste utensílio inicia-se com a descoberta da panela de pressão, que teve como base um desporto radical, o alpinismo, tendo surgido da necessidade de cozinhar na montanha, a altas altitudes e baixa pressão.

A necessidade de se criar uma forma de conseguir igualar em altas altitudes a mesma pressão atmosférica existente nas terras baixas, isto é, criar condições para que a água fervesse a 100 Cº ou mais. Isto só era conseguido se a panela fosse hermética, porque o vapor da água iria aumentar a pressão no seu interior, e ainda, o ponto de ebulição.

Os resultados práticos desta invenção culinária, também foram usados em hospitais para esterilização de instrumentos cirúrgicos, e na indústria do papel onde facilita a cozedura da polpa da madeira e até no sector das conservas.

Finalidade

A Marmita de Papin destina-se a aquecer água a temperaturas acima do seu ponto de ebulição à pressão ambiente. Foi utilizado para esterilizar materiais e artigos hospitalares.

Descrição/funcionamento

É um equipamento constituído por um cilindro de ferro, com duas pegas laterais de metal, assente sobre uma base circular com o mesmo diâmetro, que serve de fogareiro, com uma pequena porta frontal para a introdução do combustível (gás), suportado por três pés.

O cilindro possui uma pequena porta frontal para a introdução do combustível. No interior do cilindro de ferro existe outro cilindro designado por marmita ou digestor de Papin que está hermeticamente fechado por uma tampa circular.

O revestimento interior do cilindro, um pouco mais alto que o exterior, sobre o qual encaixa a tampa superior da panela, designado por marmita ou digestor. a parte superior do cilindro exterior é perfurada.

A parte exterior do cilindro é de ferro e a interior é de cobre tendo as suas paredes cerca 3 cm de espessura, também de cobre, com uma pega de madeira para abrir/fechar a tampa. O aparelho é munido de quatro parafusos verticais, que permitem comprimir a tampa do digestor contra o bordo superior do cilindro. Para isso, a tampa possui duas pegas laterais, onde encaixam duas barras de ferro. Estas barras passam também por duas pegas existentes na parede lateral do digestor. Todo o conjunto se apresenta muito robusto.

Acoplado à tampa tem uma válvula de pressão/segurança e uma válvula de alívio, que permite que o excesso de vapor escape pela válvula de alívio, mantendo a pressão constante, evitando que ela atinja níveis muito altos de pressão o que levaria à explosão do aparelho.

O funcionamento é bastante simples, ao fechar o cilindro, ele já contém uma quantidade de ar que está com a pressão igual à atmosférica. Visto que a tampa veda a panela, ao aquecer, o vapor de água vai aumentando e o seu escape fica impedido. A pressão do ar aprisionada junta-se com a dos vapores, fazendo com que a pressão interna se torne maior. Com a alta pressão, o líquido demora mais para entrar em ebulição atingindo a temperatura desejada para a esterilização. O mínimo de água a colocar no cilindro é de 250 ml, sendo o necessário para gerar o vapor. Como a água tem o ponto de ebulição alterado quando está sujeita a pressões diferentes da atmosférica, é necessário alterar a temperatura de ebulição para valores próximos a 120 Cº e não 100 Cº, como ocorre normalmente. Esta temperatura é controlada por um manómetro situado na tampa do cilindro, graduado de 100-144 Cº (kg/cm)

Características

1 torneira para fechar o manómetro de temperatura

4 parafusos verticais

1 Válvula de pressão/segurança  

1 Válvula de alívio

1 pega em madeira para abrir a tampa

Altura – 90 cm

Diâmetro – 34 cm

Altura do manómetro de temperatura – 29 cm

Referências

Silva, Mário da Um Novo Museu em Coimbra: O Museu Pombalino da Faculdade de Ciências da Universidade”, Revista da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, Coimbra, n.º I, Vol. VIII, pp. 129-154.