Escarificador Cutâneo

Instrumento utilizado para a vacinação da varíola

O escarificador cutâneo é um instrumento utilizado para a vacinação da varíola (doença infeciosa), sangrias e feridas.

Edward Jenner, médico franco-inglês, descobriu a vacina contra a varíola em 1796, sendo conhecido no ocidente como o “pai da imunologia”.

Em Inglaterra, onde teve oportunidade de contactar com pessoas, nomeadamente, mulheres portadoras de uma doença benigna, transmitida pelas vacas (varíola bovina), que era semelhante à varíola humana, acreditando-se que quem contraísse tal doença ficava imune.

Jenner, após vários anos de observações e teorias, retirou o líquido existente de uma pústula (bolha) de uma mulher trabalhadora numa vacaria que contraiu a doença benigna e inoculou esse líquido nos dois braços da criança, observou que esta não desenvolveu qualquer tipo de sintomas de varíola, tais como, hipertermia, vómitos e erupção cutânea, tornando assim a experiência bem-sucedida.

Após esta experiência, foi criada a primeira vacina antivariólica.

Em 1965, a vacina da varíola foi integrada no Programa Nacional de Vacinação (PNV), constituindo um fator importante no controlo da doença.

Em meados do século XX a varíola estava praticamente controlada na Europa e América do Norte, no entanto, continuava com elevada incidência noutras regiões do Mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a lançar o Programa de Irradicação da Varíola, em 1967. A doença foi finalmente extinta em 1977 e a Assembleia da OMS, em 1980, recomendou que se deixasse de administrar a vacina antivariólica, mantendo, no entanto, a vigilância.

Descrição

Instrumento de metal cromado e aço, tipo caneta, que produz uma escara superficial, para administração da vacina antivariólica. Deve manter-se limpo e polido.

Caiu em desuso após a erradicação da varíola.

Administração da Vacina:

O soro da vacina era aplicado na superfície da pele do antebraço esquerdo ou direito, podendo também em alguns casos ser aplicado nas coxas (em crianças pequenas) ou pés. O profissional de saúde, posteriormente, com um escarificador cutâneo fazia duas ou três escoriações na pele (rasgões na pele com pouca profundidade) até saírem algumas gotas de sangue e, consequentemente, criavam uma pequena lesão (escara).

Uns dias após a vacinação formava-se uma pústula, semelhante às da verdadeira varíola. Com o passar do tempo, a vesícula atingia o seu tamanho máximo, formando uma crosta (contagiosa) que por volta do décimo segundo dia caía, dando origem a uma cicatriz que ficaria para o resto da vida. Essa mesma cicatriz, na altura, era a prova de que a pessoa estava ou não vacinada.

Dimensões: Comprimento 16 cm; Diâmetro 0,7 cm

Referências

Thomson, W. A. R. (1977). Dicionário enciclopédico de medicina (3ª ed, 2 vol.). Argo Editora

Instituto de Higiene e Medicina Tropical (2017). “Caneta” de Vacina Contra a Varíola. https://www.ihmt.unl.pt/caneta-vacina-variola/